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Fred Magazine Entrevista Jorge Luis Martins


Fred Magazine, de Frederico Westphalen, Entrevista Jorge Luis Martins:


Neste segundo semestre de 2014 será lançado o longa metragem ‘Meu Nome é Jorge”, baseado no livro e na vida do escritor do livro homônimo, José Luís Martins. Ele é outro convidado especial da Feira do Livro de Frederico Wetphalen, que chega, neste ano, a sua 32ª edição e ocorre entre os dias 8 e 12 de outubro, no Largo Vitalino Cerutti.

Em entrevista exclusiva à Revista Fred Magazine, Jorge conta como de morador de rua chegou à vida que tem hoje, como empresário e escritor. Ele também escreveu outros dois livros que falam de superação e mostram aos jovens, através do exemplo, como é possível vencer desafios.

Confira!

Fred Magazine – Como começou a escrever?

Jorge Luís Martins – Nunca me imaginei como escritor ou sequer pensei que escreveria um livro. Mas sempre me perguntava: como eu poderia transmitir meu exemplo para os jovens? Algo que fosse uma referência e que pudesse acender uma luz de esperança dentro de cada um. Pensava muito nesse momento em que vivemos, percebendo que cada vez mais, as drogas, o alcoolismo e a criminalidade estão afetando os jovens, independente da classe social. Então, após a insistência das pessoas que me ajudaram quando menino de rua e dos meus amigos e colegas de trabalho, que diziam a todo o momento que eu precisava escrever um livro sobre a minha vida, que todos deveriam saber da onde eu saí e como estou hoje. Eles insistiam, dizendo: Todos deveriam conhecer a tua história, inclusive os pais e professores. Foi então que pensei em escrever um livro que tivesse um texto transformador e que mudasse algum paradigma, assim, eu poderia salvar alguém, e se isso acontecesse já teria valido a pena.

Fred Magazine – E a sua profissão de corretor de imóveis e faculdade, como alcançou esses objetivos?

Jorge – Tive que me afastar dos estudos ainda muito menino, porque não tinha condições de me sustentar e estudar. Precisava de dinheiro para morar, me alimentar, e no inicio eu ganhava muito mal, comecei trabalhando de catador de papelão, e realmente havia muitas limitações para investir no futuro naquele momento. Mas desde cedo, eu tinha plena noção de que um dia teria que retornar para onde parei, porque sem educação nunca teria chances de alcançar meus objetivos. Com 20 anos, finalmente, voltei a frequentar a escola, como já trabalhava e não podia estudar durante o dia, com muito sacrifício fiz supletivo do ensino fundamental e médio, e não parei mais. Apesar da grande vontade de aprender, tive que me sacrificar muito nesse período, lembro que o dinheiro que eu ganhava só pagava minha alimentação e a escola. Após concluir o ensino médio, fiz Administração da FARGS, especialização (Pós) em Psicopedagogia e Educação Infantil,  cursei inglês e curso técnico para corretor de imóveis. Atualmente, sou proprietário de uma editora e microempresário do ramo de locação de veículos e de imóveis. Na literatura já produzi três livros e palestrei em muitas escolas públicas/ empresas e feiras do livro. Outra realização que alcancei foi concluir os cursos de atores, fiz em Porto Alegre no teatro TEPA e no Rio de Janeiro, no curso para Atores para Televisão e Cinema da Casa de Talentos. Como ator já participei de mais de 16 longas e diversos programas de tevê (Série Especial de Natal, da RBS), em novelas (O Segredo e Laços de Família) e em filmes (Em teu nome, Clô Dias e Noites, O homem que Copiava).  Participo da pré-produção pela produtora Panda Filmes, do longa metragem “Meu Nome é Jorge”, baseado no meu primeiro livro biográfico “Meu Nome é Jorge”.

Fred Magazine – Ao que atribui o sucesso de tuas obras perante o público?

Jorge – Acredito que o sucesso está na identificação do público com minhas obras, porque todos nós enfrentamos algum tipo de dificuldade na vida e ler uma história de superação pode ser inspirador nesse sentido. Recebo esse retorno do meu público, muitas crianças me contam suas histórias e descrevem essa motivação vinda dos meus livros. Porque para essas crianças, que vivem em situação de risco, o exemplo de alguém que saiu das ruas e venceu honestamente, com seu trabalho, pode significar uma saída, uma esperança. Esse para mim é o sucesso do meu trabalho, perceber essa motivação nesses jovens e saber que de alguma forma, contribuí para que eles acreditassem em si mesmos.

Fred Magazine – Como avalia a importância de eventos como a feira do livro para o incentivo à leitura?

Jorge – A feira do livro é um evento cultural de grande importância social, porque  é o único evento que reúne todas as tribos, inclusive, na vida do aluno e comunidade em geral. Pois através da leitura, se compra e adquire cultura, o que auxilia na construção do conhecimento e incentiva as crianças e jovens a descobrir novos caminhos a partir da leitura. As feiras de livros são o momento onde o leitor encontra a maior diversidade literária possível. Nas pequenas cidades é a única oportunidade de comprar livros e encontrar os autores. As feiras tem se tornado ao longo do tempo mais que um espaço de democratização do acesso ao livro, leitura e literatura, para se tornar centro cultural transitório, onde todas as artes ganham espaço, e ponto de exibição. O teatro já foi incorporado à programação dos eventos, assim como a música e a ancestral arte de contar histórias.

Fred Magazine – Qual foi o papel da sua avó na construção do Jorge que você é hoje?

Jorge – Quanto a minha avó, ela foi a pessoa mais importante na minha vida, até porque ela me acompanhou no estágio crucial do meu desenvolvimento. A minha avó me transmitiu ensinamentos morais que trago comigo até hoje, por exemplo: respeito, honestidade, integridade, carinho, amor e dedicação. Além disso, ela me deixou um legado que é o maior patrimônio que um pai ou uma mãe pode deixar a um filho: "O exemplo". Isso me tornou o homem que "sou hoje".

Fred Magazine – Ex-morador de rua e hoje empresário e escritor bem sucedido, o que diria para quem hoje enfrenta tantas dificuldades quanto não ter um teto?

Jorge – O tema é atual e abrangente sobre as questões sociais que vivi, como muitas crianças que vivem no abandono, também como nossos jovens e adolescentes. Quanto a minha história de vida para os mesmos, entendo que muitos deles têm envolvimento com drogas, acreditam que a contravenção é a melhor maneira de ganhar dinheiro e que ser assim, a profissão de empresário, médico, não é para eles "é só para os ricos", assim estão destinados a este tipo de vida, não acreditam que podem mudar sua história. Por isso, me apresento para os mesmos, como uma prova viva de que podemos conseguir, e isso depende muito de nós mesmos. “o que diferencia um ser humano do outro é a VONTADE”.

Fred Magazine – O que as pessoas podem esperar da tua participação na Feira do Livro de Frederico Westphalen?

Jorge – O meu trabalho, nas palestras, está focado na questão da superação: das mazelas da exclusão social, das armadilhas a que um jovem despreparado está sujeito em meio à vida urbana, da fome e do abandono. Superar, acreditar na possibilidade de sobreviver com dignidade pode ser considerados os eixos tanto do material literário como da fala sobre a minha experiência de vida. Tomo assim, o lado positivo dessa experiência – cruel, diga-se – para construir uma mensagem educativa, pedagógica. Os livros “Meu Nome é Jorge”, “O Menino da Caixa de Sapatos” e “O Menino e o Seu Segredo" podem ser trabalhados em escolas com jovens do ensino fundamental, médio, EJA e público em geral, para que essa leitura subsidie um debate sobre o conteúdo, ou seja, sobre a experiência de vida do seu autor. Já o livro infanto-juvenil “O Menino da Caixa de Sapatos”, pode ser trabalho com crianças a partir dos 8 anos de idade.



Márcia Sarmento Ferreira – jornalista
Agência KS Brasil Comunicação

Fonte: Fred Magazine
Disponível no endereço http://www.fredmagazine.com.br/publicacao-4420-fred_magazine.fire



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